The Family Man é um filme de comédia dramática, de 2000, dirigido por Brett Ratner. Esta longa-metragem, contou com a participação de Nicolas Cage no papel de Jack e de Téa Leoni no papel de Kate. Aqui, podemos ver um Jack “casado” com o trabalho, um empresário de topo que dedicou a vida à sua profissão, sacrificando tudo e todos. Quando nada parecia correr mal, uma espécie de anjo da guarda “transportou-o” para uma realidade alternativa, onde não é o profissional sagaz, competente e bem sucedido de outrora, mas sim um pai de dois filhos e marido da sua antiga namorada de faculdade, que já não via há 13 anos, quando viajou para um estágio em Londres. “Preso” num corpo que apesar de parecer o seu não o era, tentou adaptar-se à nova realidade da melhor maneira que pôde, fingindo ser o pai de família que esperavam que fosse, sem nunca desistir de voltar ao topo da “cadeia alimentar” do mundo dos negócios. Para isso, começou a falhar para com a família em alturas chave, sendo forçado a escolher novamente entre profissão e vida pessoal.
A premissa, apesar de não ser inédita, trouxe alguma originalidade aos clássicos filmes natalícios a que estávamos habituados na época em questão. Tem muitos dos defeitos e clichés do género, conseguindo no entanto, abordar temas importantes como as escolhas que fazemos nas nossas vidas de uma maneira interessante. A reaproximação de Jack a Kate, que culmina numa renovada e fortalecida paixão entre os dois, é bem desenhada e orientada, nunca parecendo muito fugaz ou forçada, sendo um dos pontos positivos a realçar.
As atuações dos dois astros, são muito bem conseguidas, em particular a de Téa Leoni, que consegue dar vida a uma personagem terra-a-terra, complexa e agradável que perfeitamente mimetiza muitas das pessoas que conhecemos no nosso dia-a-dia. A química entre os dois está presente e evidente, elevando a qualidade e veracidade do enredo.
Para mim, o pináculo da produção, é, como já anteriormente referido, a abordagem a temas importantes. Numa altura em que a maioria das pessoas coloca a carreira à frente da sua vida pessoal, em que os divórcios florescem e crescem como ervas daninhas, é refrescante observar um filme a explorar esse assunto, obrigando-nos a refletir sobre as nossas escolhas e opções e sobre o rumo que devemos seguir como seres-humanos, pais, homens e mulheres.
Tirando já todos os pontos enaltecidos, o que podemos extrair é pouco. Como já referi em cima, é cheio de clichés que definem o género, a produção não é de deixar água na boca e as atuações, com a exceção dos dois principais, são medianas.
Em jeito de resumo, foi um daqueles seletos filmes que me marcaram, muito por culpa da tenra idade em que o vi, impactando profundamente a maneira como vejo as inter-relações humanas na atualidade. Não é um grande filme, e acho sinceramente que não o tenta ser, mas para mim foi um ensinamento que ainda mantenho presente, e por isso, merece um lugar especial na minha estante.
Votação Dele 👦 |
7,5 |
Recomendação: Um perfeito filme de domingo para ver com a cara metade. É leve, divertido e com uma grande capacidade de entreter. Aborda temas importantes como família e carreira que fazem valer o preço do bilhete. Infelizmente, fora isso, não acrescenta nada de novo, sendo um exemplo quase perfeito de uma comédia romântica de natal que tanto consumimos na nossa infância.